9 de dez. de 2011


Nada virtuosa
Tua sombra virtual
No avesso do espelho
      Cala até o silêncio

(adan costa)

22 de nov. de 2011

haicai


amanheceu cedo
no teu colo hoje cabe
tulipas de sol

(adancosta)

haicai rubra


anoiteceu tarde
tua rosa rubra adormece
nos sonhos flui languida


(adancosta) 


foto: André Aruda

21 de out. de 2011

haicai do nome


teu coração, reflexo

do avesso que eu sou
nada alem de nada

(adancosta)

3 de out. de 2011

haicai sem luz

velo noite a dentro
com pouca luz nos meus olhos
teu inverno gris."


Fotografia: Pedro Machado
Modelo: Nigel Anderson

2 de set. de 2011

sal da idade

Saudade é tempero
é o sal da idade
é repressa de lágrimas
que escorem em rios
nos cantos dos olhos.

26 de ago. de 2011

Quereres

já quis ser invisível
já quis ter super poderes
já quis poder voar

já quis ser grande
já quis ser pequeno
já quis como os peixes nadar

já quis ser alegre
já quis aprender, apreender
já quis me libertar

desses quereres o primo
latente
já quis sobre a noite eterna deitar.

22 de ago. de 2011

haicai sem nome

em teu rosto claro
são tantas meias verdades
máscaras de seda

(adancosta)

Ilusão de ótica

não sei se certo ou errado, simplesmente sigo
catando meus pedaços pelo chão
com meus pés sangrando,
descalços de medo.

sigo as setas, as retas, as vias,
contos os semáforos nas esquinas,
os pedintes de afeto, as sarjetas onde estive jogado
sigo com o sinal fechado, pedindo atenção.

doce ou amargo,
delicado ou áspero,
meus óculos, ilusão de ótica.

minha verdades foram perdidas em ruas ermas
onde não quero torturar meu coração á voltar
simplesmente sigo
sem saber onde vou parar.

haicai da doçura

Menina de asfalto
Sandálias sujas nos pés
Cabeça nas nuvens

(adancosta)

Sexo frágil

não usamos maquiagem
mas, vestimos mascaras
não usamos cintas, usamos armaduras

de tão duros e pseudo fortes
só choramos quando vemos a morte
isso, quando nossas lagrimas já não estão petrificadas

Engolimos sem água os machimos ensinados por nossas mães
HOMO, HETERO, BI, METRO, PAM
poucas letras
muitos tabus, muitas hipocrisias


tratamos ou outros com frieza, com vileza
culpamos Darwin por esse excesso de competição
nos mostramos grandes, opulentos,
no fundo tão frágeis como castelo de cartas.

28 de jul. de 2011

haicai à deriva

se peco e me perco,
na espuma da praia, busco
reencontrar minh'alma

(adancosta)

Marlon Brando, Jr




Marlon Brando, Jr
  
         Brando começou a chamar atenção atuando na peça de Tennessee Williams, Um Bonde Chamado Desejo. A peça foi filmada, mas acabou tendo seu lançamento atrasado, o que levou que figurasse como seu primeiro trabalho em cinema o filme, de 1950, Espíritos Indômitos . Esta produção contava a história de um veterano da Segunda Guerra Mundial ferido em combate angustiado por estar preso a uma cadeira de rodas. 
         Em Um Bonde Chamado Desejo - cujo filme recebeu no Brasil o nome de Uma Rua Chamada Pecado - dirigido por Elia Kazan e com a presença da atriz Vivien Leigh no papel de Blanche DuBois, Brando fazia o papel de Stanley Kowalski, um desocupado e explorador da esposa. Tornou-se um símbolo sexual ao aparecer em fotos como o personagem, sempre de camiseta que lhe realçava seus músculos. A Academia de Artes e Ciências                       Cinematográficas de Los Angeles premiou o filme nas categorias de melhor atriz, Vivien Leigh, melhor ator coajuvante, Karl Malden e melhor atriz coadjuvante para Kim Hunter. Brando também foi indicado ao Oscar, mas mesmo sendo o franco favorito , não ganhou. Brando seria indicado mais três vezes em cada ano posterior em "Viva Zapata!" em 1952, Júlio César , 1953, no papel de Marco Antônio, e Sindicato de Ladrões em 1954.
         No ano de 1953, Brando se tornaria um ídolo dos jovens da época ao interpretar Johnny Stabler em O Selvagem. No filme ele era um delinquente, líder de uma gangue de motoqueiros, vestido de jaqueta de couro e dirigindo uma motocicleta 1950 Triumph Thunderbird 6T. O filme marcaria toda uma geração de artistas, desde James Dean a Elvis Presley, os quais adoravam o estilo rebelde mostrado no filme.
         Ganharia o primeiro oscar com o filme Sindicato de Ladrões/Há Lodo no Cais, dirigido por Elia Kazan. Nos anos 1960 faria alguns filmes polêmicos, como Caçada Humana, no qual é a vítima em uma longa cena de espancamento. E Queimada!, seu personagem favorito, usado para mostrar uma visão histórica do que teria sido a política de colonização européia na América, com os portugueses e espanhóis agindo com violência e ganância, enquanto os ingleses buscavam tomar para si as colônias, atuando nos bastidores com mentiras e falso apoio aos nativos colonizados. Brando se mostra um grande ativista nos anos 1960, tendo participado de manifestações públicas em favor do Direitos Civis e dos Direitos dos Indígenas, campanha que o levou a recusar um oscar no início da década seguinte.
         Mas seu estilo como ator alcançaria o auge do sucesso e da fama nos anos 1970, com O Poderoso Chefão/O Padrinho e Último Tango em Paris, entre outros, tendo sido indicado para mais dois oscars pela Academia de Hollywood. Venceu pela sua interpretação de Don Vito Corleone, que rendeu ao personagem o título de "maior vilão da história do cinema".
         Quando venceu em 1973 o óscar pelo fime O Padrinho/O Poderoso Chefão, Marlon Brando enviou uma índia (que mais tarde se descobriu ser uma atriz) fazer um discurso em seu nome, protestando contra a forma como os EUA e Hollywood discriminavam os nativos americanos.
         Nos anos 1980 interrompe sua carreira e se retira para a ilha de Tetiaroa, na Polinésia Francesa, da qual era o dono desde 1966. Ganha peso e é fotografado várias vezes usando um largo sarongue polinésio. Com problemas financeiros, retomou sua carreira cinematográfica em 1989. Chegou a fazer uma paródia de si mesmo no filme de 1990 Um Novato na Máfia, no qual praticamente repetiu a caracterização de Don Vito Corleone. Passa a ter sérios problemas pessoais, com o julgamento do filho Christian por assassinato do namorado da irmã Cheyenne e que, deprimida, se suicidou poucos anos depois (1995).
         Dirigiu apenas um filme: o western A Face Oculta (1961), substituindo o diretor Stanley Kubrick no início das filmagens. Obteve alguns elogios da crítica, demonstrando estilo lento e inovador no gênero: filmou o mar, cenário incomum dos western. Também no duelo final com seu amigo na vida real Karl Malden, usa ângulos e coreografia fora do normal. No western que fez com Jack Nicholson, ( Duelo de Gigantes, 1976), ele faz um pistoleiro bem estranho, dando continuidade à sua visão e a do diretor Arthur Penn, inovadora mas com tendências acentuadas para parodiar o gênero.


Filmografia 

 
1950 - Espíritos indômitos (The Men)
1951 - Uma Rua Chamada Pecado (A streetcar named desire)
1952 - Viva Zapata! (Viva Zapata!)
1953 - Júlio César (Julius Caesar)
1954 - Desirée, o amor de Napoleão (Desirée)
1954 - Sindicato de Ladrões (On the Waterfront)
1954 - O Selvagem (The Wild One)
1955 - Eles e elas (Guys and dolls)
1956 - Casa de chá do luar de agosto (Teahouse of the August Moon, The)
1957 - Sayonara (Sayonara)
1958 - Os deuses vencidos (Young lions, The)
1959 - Vidas em fuga (The Fugitive Kind)
1961 - A face oculta (One-eyed jacks)
1962 - O grande motim (Munity on the bounty)
1962 - The Ugly American
1964 - Dois farristas irresistíveis (Bedtime story)
1965 - Morituri (Morituri)
1966 - Meet Marlon Brando
1966 - Caçada humana (Chase, The)
1966 - Sangue em Sonora (Appaloosa, The)
1967 - A condessa de Hong Kong (A countess from Hong Kong)
1967 - O pecado de todos nós (Reflections in a golden eye)
1968 - Candy (Candy)
1968 - A noite do dia seguinte (Night of the following day, The)
1969 - Queimada! (Quemada!)
1972 - O Poderoso Chefão (Brasil) ou O Padrinho (Portugal)(Godfather, The)
1972 - Os que chegam com a noite (Nightcomers, The)
1973 - Último tango em Paris (Last tango in Paris)
1976 - Duelo de gigantes (Missouri breaks, The)
1978 - Superman - O filme (Superman)
1979 - Apocalypse Now (Apocalypse Now)
1979 - Raoni (Raoni: The Fight for the Amazon)
1980 - A fórmula (Formula, The)
1989 - Assassinato sob custódia (A dry white season)
1990 - Um novato na máfia (The Freshman)
1992 - Cristóvão Colombo - A aventura do descobrimento (Christopher Columbus: The Discovery)
1995 - Don Juan de Marco (Don Juan de Marco)
1996 - A ilha do Dr. Moreau (Island of Dr. Moreau, The)
1997 - O bravo (The Brave)
1998 - Loucos por dinheiro (Free Money)
2001 - A cartada final (Score, The)
2001 - You Rock My World (Videoclipe de Michael Jackson)
2006 - Superman - O Retorno (Superman Returns) (foram usados sons e imagens de arquivo digitalmente modificados)

27 de jul. de 2011

Dancer in the Dark

Dancer in the Dark

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, Dançando no Escuro é uma das obras-primas do polêmico cineasta Lars Von Trier (Dogville).


 

      Selma Jezkova (Björk) é uma mãe-solteira tcheca que foi morar nos Estados Unidos. Ela tem uma doença hereditária que a faz perder a visão, algo que também deverá acontecer um dia a seu filho Gene (Vladan Kostig), um garoto de doze anos. Entretanto, em virtude de saber que existem médicos nos Estados Unidos que podem operar seu filho isto foi o suficiente para fazê-la imigrar para o país. Ela trabalha muito duro e guarda tudo o que ganha para a cirurgia do filho. Bill (David Morse) e Linda (Cara Seymour), seus vizinhos, juntamente com Kathy (Catherine Deneuve), uma colega de fábrica, a ajudam no que é possível, mas quando Bill se vê em dificuldades financeiras rouba o dinheiro que Selma tinha economizado duramente. Este roubo é o ponto de partida para trágicos acontecimentos.



Elenco 

Björk .... Selma Jezkova
Catherine Deneuve .... Kathy
Vladica Kostic .... Gene Jezkova
David Morse .... Bill Houston
Peter Stormare .... Jeff
Joel Grey ....Oldrich Novy
Jean-Marc Barr .... Norman
Cara Seymour .... Linda Houston
Vincent Paterson .... Samuel
Siobhan Fallon .... Brenda
Zeljko Ivanek .... advogado

26 de jul. de 2011

fragmentos III

lágrimas
são excelentes soníferos
para coração partido

fragmentos II

enquanto dormia ouvi tua voz ,
sussurrando mansa em meus ouvidos,
no ímpeto de te encontrar levantei,
era só o vento me pregando uma peça.

(adancosta)

fragmentos I

dentro de mim habita
um tolo suicida
que insiste em morrer de amar

(adancosta)

Salvador Dalí: o mestre da arte surrealista

 Salvador Dalí: o mestre da arte surrealista
 Quem foi
Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech nasceu em 11 de maio de 1904, na cidade espanhola de Figueres (Catalunha). Foi um dos mais importantes artistas plásticos (pintor e escultor) surrealistas da Espanha.

Vida do artista, fases e estilo

Desde a infância, Dalí demonstrou interesse pelas artes plásticas. No ano de 1921, entrou para a Escola de Belas Artes de São Fernando, localizada na cidade de Madri. Porém, em 1926, foi expulso desta instituição, pois afirmava que ninguém era suficientemente competente para o avaliar.

Nesta fase da vida, conviveu com vários cineastas, artistas e escritores famosos, tais como: Luis Bruñel, Rafael Alberti e Frederico Garcia Lorca.

Em 1929, viajou para Paris e conheceu Pablo Picasso, artista que muito influenciou a produção artística de Dalí. No ano seguinte, começou a fazer parte do movimento artístico conhecido como surrealismo.

A década de 1930 foi um período de grande produção artística de Dali. Nesta fase, o artista representava imagens do cotidiano de uma forma inesperada e surpreendente. As cores vivas, a luminosidade e o brilho também marcaram o estilo artístico de Dali. Os trabalhos psicológicos de Freud influenciaram muito o artista neste período É desta fase uma de suas obras mais conhecidas “A persistência da Memória”, que mostra um relógio derretendo.

Em 1934, Dali casou-se com uma imigrante russa chamada Elena Ivanovna Diakonova, conhecida como Gala.

Em 1939, foi expulso do movimento surrealista por motivos políticos. Grande parte dos artistas surrealistas eram marxistas e justificaram a expulsão de Dalí, alegando que o artista era muito comercial.

Em 1942, Dali e sua esposa foram morar nos Estados Unidos, país em que permaneceu até 1948. Voltou para a Catalunha em 1949, onde viveu até o final de sua vida.

Em 1960, Dali colocou em prática um grande projeto: o Teatro-Museo Gala Salvador Dali, em sua terra natal, que reuniu grande parte de suas obras.

Em 1982, com a morte de sua esposa Gala, Dali entrou numa fase de grande tristeza e depressão. Parou de produzir e se recusava a fazer as refeições diárias. Ficou desidratado e teve que ser alimentado por sonda. Em 1984, tentou o suicídio ao colocar fogo em seu quarto. Passou a receber o cuidado e atenção de seus amigos.

Dali morreu na cidade de Figueres, em 23 de janeiro de 1989, de pneumonia e parada cardíaca.
Principais obras de Salvador Dalí:  
 

1922 - Cabaret Scene e Night Walking Dreams
1925 - Large Harlequin and Small Bottle of Rum
1926 - Basket of Bread e Girl from Figueres
1927 - Composition With Three Figures e Than Blood
1929 - O Grande Masturbador
1929 - Os Primeiros Dias da Primavera
1931 - A Persistência da Memória
1931 - A Velhice de Guilherme Tell
1932 - O Espectro do Sex Appeal,
1932 - O Nascimento dos Desejos Líquidos
1932 - Pão-antropomorfo catalão
1933 - Gala Com Duas Costeletas de Carneiro em Equilíbrio Sobre o Seu Ombro
1936 - Canibalismo de Outono
1936 - Construção Mole com Feijões Cozidos
1938 - España 1938
1937 - Metamorfose de Narciso
1937 - Girafa em Chamas
1940 - A Face da Guerra
1943 - Poesia das Américas
1944 - Galarina e Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar
1945 - A Cesta do Pão
1946 - A Tentação de Santo Antônio
1949 - Leda Atômica
1949 - Madona de Portlligat.
1951 - Cristo de São João da Cruz
1954 - Crucificação ("Corpus Hypercubus")
1956 - Natureza-Morta Viva
1958 - Rosa Meditativa
1959 - A Descoberta da América por Cristóvão Colombo
1970 - Toureiro Alucinógeno
1972 - La Toile Daligram
1976 - Gala Contemplando o Mar
1983 - The Swallow's Tail.

25 de jul. de 2011

Haicai

gosto duvidoso
esse, de sonhar com o mar
e se ter em lágrimas

(adancosta)

Non, Je Ne Regrette Rien

Non, Je Ne Regrette Rien

Édith Piaf

Composição: Michel Vaucaire / Charles Dumont

Non... rien de rien...
Non... je ne regrette rien
Ni le bien qu'on ma fait,
Ni le mal - tout ça m'est bien égal!

Non... rien de rien...
Non... je ne regrette rien
C'est payé, balayé, oublié,
Je me fous du passé!

Avec mes souvenirs
J'ai allumé le feu,
Mes chagrins, mes plaisirs,
Je n'ai plus besoin d'eux!

Balayé les amours
Avec leurs trémolos
Balayés pour toujours
Je repars à zéro...

Non... rien de rien...
Non... je ne regrette rien
Ni le bien qu'on ma fait,
Ni le mal - tout ça m'est bien égal!

Non... rien de rien...
Non... je ne regrette rien
Car ma vie, car mes joies,
Aujourd'hui, ça commence avec toi!

23 de jul. de 2011

haicai mono

        nos polos da cama
        corpos sem cor pelas tabelas
        meu eu sem o teu

        (adancosta)

tetrama

tredos pensamentos,
tremo a cada tremar

torpe tilintar de taças,
troco minhas tramas

triste
transeunte
transmutado

(adancosta)

21 de jul. de 2011

Noite de verão

chuva fina
noite adentro
insone, conto
os pingos que
escorrem das
portas e janelas
que cantam

(adan costa)

20 de jul. de 2011

haicai gris

fio gris a bailar
na memória quente dos
beijo de outros sonhos

(adancosta)

19 de jul. de 2011

origami

Tirei na sorte
Papel vermelho
Dele resolvi fazer brinquedo

Dobradura, machê
Guará sem medo de trovão

Do azul celeste
Das palmas da mão
Pedacinhos em chuva
A cair no chão

haicais no ar II

fitam-se as pipas 
travam duelo no ar 
armadas de linhas  

(adancosta)

18 de jul. de 2011

haicai ciumento

cheiras minhas vestes
investigas meu diário
tola criança

(adancosta)

haicai no ar

pipas pairam no ar
corrida, carretel, linha,
lá vai, sorriso

(adancosta)

14 de jul. de 2011

haicai renda

tarde fia renda
enluara dia quente
rendo-me à sede

(adancosta)

13 de jul. de 2011

haicai desbussolado

amo até de olhos
fechados, nas curvas norte
perco-me de mim

(adancosta)

7 de jul. de 2011

o maior pesar em te dizer adeus
é que meus EUS
te querem do meu lado

(adancosta)

4 de jul. de 2011

little boy blue

não sou dessas alegrias fáceis,
nem de pompa de quartéis.

criei-me e recriei-me de cinzas
da fumaça negra das chaminés
do ronronar frenético de motores
de maquinicidades desconsertantes

carrego anexados a minha pele,
sinais,
siglas,
notas e farpas

do último reformatório cristão,
trouxe minhas algemas, minhas vestes
na bagagem meus infanticídios

guardei, fichei, organizei, despi.
neguei e fui renegado
sobrevivi pisciano

3 de jul. de 2011

Haicai do fim

o tempo desfaz
aos poucos teu nome árvore
livro a se fechar

(adan costa)

29 de jun. de 2011

Haicai Verão

essência de sol
um calor que congela
água, sombra e rede

(adancosta)

26 de jun. de 2011

Sentado a beira do abismo
Apenas enxergo
um poço de lagrimas abandonadas
 
(adancosta)

25 de jun. de 2011

Haicai espelho

teu verso alheio
passos perdidos no vão
mimesis amor

(adan costa)

22 de jun. de 2011

haicai egoísta

vivo teus sonhos
ouço tuas musicas
perdi-me de mim

(adancosta)

18 de jun. de 2011

Haicai insone

devoro - te num
lascivo gozo febril
desperto sem ti

(adan costa)

15 de jun. de 2011

haikai teimoso


insisto em ficar
dissolver meus gestos
fitar-te e calar


(adancosta)