8 de fev. de 2012

Garatujas


Nasci para se coadjuvante
Contentei-me a pouca luz dos holofotes
E a admirar o procênio

As vielas, os musgos e as poucas telas
Todas tão consoantes, sempre eu
Em muitos pedaços distantes
Acostumei-me a moedas de dois centes
A acordar quando o sol já dorme
A querer as coisas impossíveis
A amar as folhas que caem



 
Na minha janela o móbile cartas
Todas vazias, não passam de folhas em branco
Preferi assim, no afã de reescrevê-las

 

Tentei capturar o sorriso alheio
Em fotos de muitas bocas, muitos lábios
Apenas corromperam o branco das paredes

Nas portas, grandes olhos de coruja me fitam
Analisam cada passo,
Meus versos não passam de garatujas.