24 de nov. de 2010

Ensaios antropofágicos IV

Um dia  me perguntaram porque minha poesia é dolorida
respondi porque é de dor feita a vida dos seres humanos
de dores que cortam a carne e esfacelam os ossos
que apesar de por muito superadas, deixam cicatrizes
que nos remetem a mesma dor

Me diserram que é tão mais facil falar de amor
Das coisas bonitas da vida, da aurora, do orvalho, do sol
Me lembro que a noite sou eu
Com todas a luminescências sotunas
Com todos os gritos escondidos
Com todas as sobras
Com todos os sonhos aprisionados
Em jaulas enferrujadas
Nos desencorajam a ser nós

Os fragmentos desse coração
Por muito dileçarados
desse desamor contente...

23 de nov. de 2010

Mariana Aydar, Palavras não falam

"Eu não escrevo pra ninguem
e nem pra fazer musica
e nem pra preencher o branco
dessa pagina linda
e ne entendo escrevendo
e isso falo sem vaidade
só têm eu e esse braco"
que me mostra o que eu não sei"


lindos Versos da Mariana Aydar

18 de nov. de 2010

Ensaios Antropofágicos II


                                                                                    Sai do claustro das caixas empoeiradas de minh'alma
Libertei-Me da neblina tênue que me paralisava
Acordei do sono torpe, que menti a mim mesmo

Os grilhões ainda estão aqui
As dores apesar de negadas ainda estão aqui
A noite ainda faz parte de mim


Me descubro cantante,
D'onde a tristeza é só uma palavra
D'onde o claustro ainda na memoria
São imagens já esbranquiçadas
Do passado que eu não quis ter
Do futuro que me reluta 
Da paz que um quero ter
Das dores ainda guardadas

15 de nov. de 2010

Ruptura

Estou cansado dessa maresia
De sua hipocrisia
Desse bando de abutres ao  meu redor

Vou me jogar
Como a bala ao vento cortar
Pra quem sabe um dia despertar

Naufrago do meu ser
Perdido em vãs repetições
O elogio da minha loucura
Que me desfigura
Em fractais decepções

Ensaios Antropofágicos

A voz embarga
A cabeça silência
Como pode tanta desgraça
Como pode tanta sala vazia

E no peito aflito, bate um ser
Impotente e sofrego
A sua dor é como grito que ecoa
N'alma dos sem corpo
Sem coração

7 de nov. de 2010

O ser Ator

Desde criança me ensinaram que Homens não choram
Ao me lembrar disso em frente ao espelho eu chorei
Me ensinaram que é feio rir dos mais velhos
E ao me lembrar disso em frente ao espelho gargalhei enlouquecidamente
Me disseram que eu não devia cantar
E em frente ao espelho com microfone em mãos eu cantei
Me disseram que eu não sabia pintar
E com minha aquarela pintei um lindo céu azul
Me disseram que eu não podia ser ator
E eu subi em um tablado e atuei
Me disseram que eu não sabia escrever
Hoje escrevo lindas canções e sonetos
E no fim, subo nesse palco
E na cabeça a incerteza do aplauso
Canto esses simples versos pra vocês
Levando no peito uma unica certeza
Que nessa ou em outras vidas
Por dom ou por esforço
Um dia eu ei de ser tão grande quanto meus sonhos

Por: Adan Costa