24 de nov. de 2010

Ensaios antropofágicos IV

Um dia  me perguntaram porque minha poesia é dolorida
respondi porque é de dor feita a vida dos seres humanos
de dores que cortam a carne e esfacelam os ossos
que apesar de por muito superadas, deixam cicatrizes
que nos remetem a mesma dor

Me diserram que é tão mais facil falar de amor
Das coisas bonitas da vida, da aurora, do orvalho, do sol
Me lembro que a noite sou eu
Com todas a luminescências sotunas
Com todos os gritos escondidos
Com todas as sobras
Com todos os sonhos aprisionados
Em jaulas enferrujadas
Nos desencorajam a ser nós

Os fragmentos desse coração
Por muito dileçarados
desse desamor contente...

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